segunda-feira, 4 de abril de 2011

Brunna Ramalho 9o ano


                            A Procura de Paula
           
               Dia sete de julho de mil novecentos e noventa e quatro, outro dia comum em São Paulo. Ar seco, trânsito caótico e uma vista maravilhosa do Terraço Itália.
                 Várias pessoas circulam pelo local : alguns brasileiros, outros estrangeiros.Há comida em abundância e vários tipos de whisky. Apesar de ser um evento praticamente masculino, uma moça se destaca. Alta, morena, no máximo dezenove anos, promovendo uma marca de whisky. Me interesso.
               Tento parecer natural, apesar de estar tremendo por dentro, tento conversar sobre o evento, parecer interessado. Ela percebe meu nervosismo e sorri simpática conduzindo a conversa. Dez minutos para acabar o evento, consigo um novo encontro e o número de seu telefone.
             Combinamos de passar a tarde no Parque Ibirapuera onde Paula seria minha guia. Conversamos sobre tudo, trabalho, família, de onde eu era, planos futuros... O ambiente, a companhia foi tão agradável que quando percebemos era hora de nos despedir.
            Marcamos outro encontro para alguns dias, pois tinha de voltar para Londres. Arrumo as malas, vou para o aeroporto não muito feliz, vendo a chance de um bom relacionamento ir embora. Prometi que iria ligar assim que chegasse, passo as mãos no bolso e descubro que perdi seu número.
          Ocupado com a família, trabalho, não tive tempo de procurar Paula, apesar de nunca esquecê-la. Quatro longos anos se passaram e estou de volta a São Paulo, encarando um dos principais jornais e na primeira página continha a seguinte manchete. “A Procura de Paula”. E sorri, afinal é bom ter um pouquinho de esperança.



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